No Catinton: CONSUMO EXCESSIVO DE DROGA PREOCUPA MORADORES

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O consumo excessivo de estupefaciente tem representado motivo de preocupação para os moradores do bairro Catinton, distrito urbano da Maianga, em Luanda, muito por conta das consequências que acarreta.

Mariana Baptista

Durante a constatação que a nossa equipa de reportagem fez na zona, foi possível verificar que um dos pontos de venda é a denominada rua da Jamaica, onde jovens e adolescente transaccionam o produto de forma dissimulada.

As gramas enroladas em papel são vendidas a 100 kwanzas, mas, quando há muita oferta na zona, o preço cai pela metade, com direito a mortalha, um gesto para destacar-se da concorrência.

Os três traficantes observados pela nossa equipa são subordinados de um outro, responsável  pela distribuição do estupefaciente naquela zona, e este presta contas ao “barão”, um chefe desconhecido.

Até então, o consumo era maioritariamente feito à beira de uma vala, um lugar quase deserto, há poucos metros da rua principal. Porém, nos últimos tempos, é feito na rua, com maior visibilidade dos transeuntes.

Pedro Martins Paciência é morador do bairro Catinton desde 1992. Para ele, os anos passam e esta prática antiga só aumenta cada vez mais, com um registo crescente do envolvimento de adolescentes.

“O que mais nos preocupa é que adolescentes também fazem uso. Neste bairro, existem pais consumidores de estupefaciente e, o mais agravante, mandam os filhos comprar e consomem na presença deles, influenciando-os à prática”, disse, considerando uma ameaça à juventude.

O interlocutor confidencia não haver muita facilidade para abordar o assunto, mais pelo facto de os autores desta prática serem filhos de casa. Ou seja, “quando denunciamos, colocamos a nossa família em risco, pois eles conhecem as nossas casas”, justificou.

Por outro lado, quando solicitada a intervenção da Polícia, explica, a resposta que recebem dos agentes é que não há meios para tal.  

Existe no bairro uma Comissão de Moradores, mas esta, olhando para os fins para que fora criada, recusa-se intervir na venda de droga, por ser responsabilidade legal da Polícia.

Esta situação propicia um ambiente fértil ao aumento da criminalidade naquela zona, constituindo-se já um motivo de grande preocupação para os moradores.

A nossa fonte acrescentou que depois de consumirem a droga, os meliantes proliferam os assaltos, ainda que à luz do dia, agressões e violações, estando entre as principais vítimas os visitantes ao bairro.

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