Ouvidos em tribunal: Kopelipa e Sequeira Lourenço podem ter ilibado Pedro Lussaty
Os generais Hélder Vieira Dias Kopelipa, Sequeira Lourenço (irmão do PR) e Alfredo Tyaunda, ouvidos na semana passada, nesta fase de instrução contraditória, declararam, segundo as nossas fontes, que tanto na Casa Civil como na UGP não houve desvio de valores.
Tais declarações podem ilibar os arguidos, pois, se não houve desvio, não existiu crime. Por seu turno, Pedro Lussaty exige a devolução dos seus bens assim como prometer processar a TPA.
Jurelma Francisco
É importante esclarecer que, por lapso da nossa fonte, confundimos a fase de instrução contraditória com o julgamento. Entretanto, o que está a decorrer é a fase de instrução contraditória, que ocorre quando há questões no processo que carecem de esclarecimentos. Por esse facto, não ocorre o julgamento de imediato.
Na semana passada, foram ouvidos os generais Hélder Vieira Dias Kopelipa, Sequeira Lourenço, irmão do Presidente da República, e Alfredo Tyaunda, cujos depoimentos corroboraram que tanto na UGP como na Casa Civil não houve desvio de valores.
Kopelipa começou por esclarecer sobre as funções que já exerceu no aparelho do Estado. “Primeiro comecei como ministro junto da Presidência e Chefe da Casa Militar, fui também ministro de Estado e Chefe da Casa Militar e, finalmente, como ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança. Esta última função terminou em Junho de 2017, enquanto a primeira iniciei em 1993”, frisou.
Questionado se de 2008 a Junho de 2017, terá assinado alguma ordem de saque para pagamento de salário do pessoal da empresa ‘Orifor’, que nos autos consta como fantasma e supostamente criada por Pedro Lussaty para facilitar desvios de valores, Kopelipa confirmou a existência da referida empresa assim como os respectivos pagamentos.
“As ordens de saque só eram possíveis com a minha assinatura, a do secretário executivo e do secretário-geral”, esclareceu.
Tanto Kopelipa assim como Sequeira Lourenço e Alfredo Tyaunda corroboram quanto à ausência de qualquer reclamação do Tribunal de Contas ter proferido um acórdão a reclamar do dinheiro cabimentado ou se alguma vez notificou, através de um acórdão, a dar conta que o orçamento dado à Casa de Segurança tinha sofrido alguma alteração do ponto de vista de remanescente, responderam que “não”, isto é, nunca aconteceu.
Desta feita, entendedores da matéria dizem que as acusações que recaem sobre os acusados de crimes de peculato, associação criminosa, tráfico de influência, branqueamento de capital, entre outros, podem cair por terra, uma vez que supostamente não existe crime.
As nossas fontes dizem que, pelo desenrolar das sessões de instrução contraditória, o representante do Ministério Público aparenta-se impotente e com falta de domínio do processo. Segundo o que se apurou, os que estão a lidar com esta fase do processo não os mesmos que o conduziram na fase de investigação.
Enquanto isso, Pedro Lussaty enche-se de razão e ameaça processar a Televisão Pública de Angola (TPA), por calúnia e difamação, além de exigir a devolução dos seus bens. “O dinheiro é meu, não roubei ao Estado, trabalhei duro”, revelou.
Lussaty alega ter acumulado riqueza com vários negócios, entre os quais a venda e arrendamento de terrenos e casas que tinham um rendimento de mais de 30 mil dólares por mês.
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