PAI MATA FILHA DE DOIS ANOS POR ESPANCAMENTO
De acordo com a mãe, o marido desferiu vários golpes à filha, antes de a ter arremessado contra a parede, para o golpe final, e pôs-se em fuga. O crime aconteceu na passada segunda-feira, 14, no bairro Bakita Kossi, município do Kilamba Kiaxi.
Por: Costa Kilunda
A relação com o ex-companheiro era um tanto quanto turbulenta, fez saber a jovem mãe, sendo que, não raras vezes, sofria agressões, físicas e morais, que, às vezes, eram extensivas às duas filhas menores.
A morte da pequena Isa Isabel, a mais nova do casal, configura o fim de linha de um relacionamento de cinco tempestuosos anos, que só se estendeu até aqui, porque Natália Nela, a esposa, acreditava numa “utópica mudança” de Tony Lutumba, o então companheiro. “Ele gritava comigo e com as filhas, apesar de reiteradas vezes eu o ter dito que eram apenas crianças e não sabem o que fazem”, disse, em lamentações, acrescentando que, ao invés de orientação, as filhas recebiam repressão de um pai que estava distante de ser o guardião e provedor do lar.
No dia da ocorrência, conta, ela, em companhia da sogra, foi até à Administração Comunal, a fim de informar-se sobre os documentos necessários para proceder ao registo de nascimento das crianças. Nesse período, Lutumba terá agredido a própria filha até à morte. “No meu regresso, por volta das 16 horas, cruzámo-nos à porta do quintal, estando ele de saída. Perguntei para onde ia e com uma mochila às costas”, explicou, para depois dizer que, em resposta, o esposo disse que ia a casa de um amigo.
Poucos minutos depois, diz Natália, perguntou à filha mais velha onde estava a sua irmã, tendo esta respondido que o pai a havia batido com violência e depois a colocado a dormir. “Quando fui ver a menina, virei e revirei-a, mas, infelizmente, já estava morta”, explicou, chorando, acrescentado que a menor apresentava vários hematomas no rosto e tinha a cabeça inchada e com alguns ferimentos. Em seguida, disse, deslocou-se até à casa da sogra, no mesmo bairro onde ela e o marido viviam, mas, para a sua surpresa, aquela se tinha posto em fuga juntamente com o filho, tendo sido localizado e detido alguns dias depois.
Indivíduo tem histórico agressivo e cadastro criminal
Em entrevista a este Jornal, Júlia Faria Makiesse, irmã mais velha do acusado, disse que o irmão tem um histórico agressivo e que, por sua vez, afastou-se dele por causa deste comportamento rude. “Ele é mau, por isso me afastei dele”. A jovem foi mais longe ainda, recordando que, certo dia, enquanto estava no mercado, a sua mãe foi ao seu encontro para dar-lhe a conhecer que o irmão havia batido, violentamente, a filha mais velha, e que, no segmento desta atitude, ao tentar intervir no caso, a esposa teve o mesmo fim. “Agrediu-a sem dó nem piedade”, elucidou, para mais adiante dizer que era hábito violentar a família.
De acordo com ela, o comportamento violento de Tony Lutumba não ficou pela sua família, estendeu-se ao padrasto, tendo, em certa ocasião, o agredido com uma faca e o deixado ferido no rosto.
“Uma vez dissemos que o denunciaríamos, mas ele disse que se isso acontecesse colocaria fim à sua vida”, explicou a irmã.
Ademais, contou Júlia, no seguimento da agressão ao padrasto, teria sido denunciado à Polícia e detido, mas fora devolvido à liberdade três dias depois, porque a mãe convencera o padrasto a retirar a queixa. A jovem, que atribuiu certa culpa à mãe, por ter sido, de algum modo, perdulária quanto ao comportamento agressivo do filho, espera, agora, que a justiça seja feita e que o irmão venha a pegar pela barbárie cometida.