Consultora avança que presidente angolano e os seus aliados estão sob investigação nos EUA

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A consultora Pangea Risk assegura que o actual presidente de Angola está a ser investigado por procuradores norte-americanos por eventual violação das leis deste país.

Fonte: Negócios

Opresidente de Angola, João Lourenço, está a ser investigado há cerca de um ano por procuradores norte-americanos. A informação é avançada pelo semanário Expresso, que cita um relatório da Pangea Risk, uma consultora especializada em análise de informação para gestão de risco sobre negócios em África e no Médio Oriente.
A investigação em curso “pode diminuir a capacidade de Angola manter acesso a financiamento multilateral e reestruturar com sucesso o pesado fardo de dívida” diz o relatório da Pangea Risk citado pelo Expresso. O mesmo documento adianta que os procuradores norte-americanos” têm estado a compilar durante quase um ano provas de violação das leis e regulamentos dos EUA pelo presidente João Lourenço, a sua família e parceiros de negócio”.
Segundo o mesmo documento, além de João Lourenço estão na mira das autoridades norte-americanas a primeira-dama angolana, Ana Afonso Dias Lourenço (accionista da agência de comunicação Orion), o advogado Carlos Feijó, o ministro da Energia, João Baptista Borges, o antigo vice-presidente Manuel Vicente, e alguns empresários locais.
O relatório da Pangea Rik referido pelo Expresso explica que “a família de João Lourenço está a ser investigada por numerosas violações do FCPA, transacções bancárias ilegais, fraudes bancárias para a compra de imóveis nos Estados Unidos, e uma conspiração para defraudar o Departamento de Justiça dos EUA pela família Lourenço”.
A informação obtida pela consultora e avançada pelo Expresso “foi corroborada por várias fontes internacionais nos média, já que novos indícios de alegadas irregularidades caíram no domínio público”, indica a própria empresa.
A consultora avança que parte das suspeitas está relacionada com subornos que terão sido pagos pela construtora brasileira Odebrecht a empresas controladas por João Lourenço, a sua mulher e parceiros de negócio próximos.
O relatório enumera também empresas públicas e privadas de algum modo ligadas ao círculo mais próximo de João Lourenço, incluindo neste núcleo as construtoras Angoprojectos, Sotal, Engetech, Locomague e Omatapalo, a estatal Simportex, os bancos Sol e BAI, a imobiliária Imogestin, a Companhia de Cervejas de Angola e a agência de comunicação Orion.
A Pangea Risk conta ainda o caso da Squire Patton Boggs, a empresa de lóbi norte-americana contratada pelo Governo angolano em 2019, informação que foi detalhada pelo Negócios na edição do Radar África de 20 de janeiro de 2020. A Squire recebeu 10,4 milhões de dólares, sendo que destes, 625 mil dólares canalizados para um consultor extremo, a ERME Capital.
“A ERME Capital foi criada no início de 2019 e desde então recebeu mais de 4 milhões de dólares de fundos provenientes do governo de Angola. Isabel dos Santos alegou que a empresa foi usada para financiar a campanha mediática contra si e os negócios da sua família. A ERME Capital é administrada por Pedro Pinto Ferreira e Maria Mergner, que são amigos do ex-vice-presidente de Angola Manuel Vicente”, diz o relatório da Pangea.

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