E o crime não compensa mesmo: MARGINAL É EXECUTADO A CATANADAS POR COMPARSAS
Com várias passagens em penitenciárias, João Panta Martins, 19 anos, foi executado a catanas pelos comparsas por desejar ficar com um telefone, fruto de um assalto numa residência. O assalto, segundo apurou este jornal, ocorreu no mesmo dia em que o malogrado foi posto em liberdade pelas autoridades.
Costa Kilunda
“Eu não ponho as mãos no fogo, porque o meu filho não era perfeito”, começou por dizer, Isabel Aníbal Panta, a mãe do malogrado, tendo acrescentado que “apesar da imperfeição do jovem, não merecia perder a vida de modo tão cruel.
Falou ainda que, depois de questionados sobre as reais motivações que levaram à morte do rapaz, alguns amigos, que se manifestaram contra a atitude, disseram que “foram assaltar numa residência de onde subtraíram um televisor plasma, uma botija de gás butano, uma quantia em dinheiro não especificado e um telefone de marca Samsung galaxy”.
Falou ainda que, depois de questionados sobre as reais motivações que levaram à morte do rapaz, alguns amigos, que se manifestaram contra a atitude, disseram que “foram assaltar numa residência de onde subtraíram um televisor plasma, uma botija de gás butano, uma quantia em dinheiro não especificado e um telefone de marca Samsung galaxy”.
Isabel Panta fez saber que terá sido por este último bem que seu filho perdeu a vida pelas mãos dos próprios cúmplices, por pretender ficar com o telefone para benefício individual. Outrossim, contou que tal tragédia aconteceu num dia em que o rapaz foi solto pela Polícia pelo crime de furto à residência.
“Ele ainda tentou fugir, mas tropeçou numa pedra e não mais se levantou, porque o atacaram com catanas. Foram cinco cortes graves na cabeça para além de o agredirem com vários blocos”, lamentou, para depois responder “estou sem cabeça para tratar disso”, quando questionada se pretendia ou não fazer uma participação às autoridades por conta do assassinato do seu descendente.
A trajectória prisional do malogrado
João Panta Martins, com apenas 19 anos de idade, teve uma vasta experiência carcerária: já esteve na cadeia de Calomboloca durante um ano e seis meses; esteve na Cadeia Central de Luanda, vulgo CCL, durante três meses; esteve no estabelecimento prisional de Viana por seis meses, ainda, no Comando da 3.ª Divisão do Cazenga, onde permaneceu por duas semanas, bem como tantas outras vezes em esquadras menores, permanecendo por pequenos períodos.
Segundo apurou a nossa equipa de reportagem, as detenções aconteceram sempre por assalto a residências. Quanto ao crime que o levou a residir por um ano e meio na cadeia de Calomboloca, aconteceu no Sambizanga, conta que terá furtado várias grades de cervejas e, apesar de seus parentes efectuarem o pagamento de tudo quanto tinha desaparecido, a proprietária dos bens não retirou a queixa.
Porém, de nada tal experiência serviu para o rapaz. Ou seja, nenhuma lição aprendeu com a passagem pelos diversos estabelecimentos prisionais da capital. Por fim, acabou assassinado pelos comparsas por causa de um telefone, exectamente, no dia em que se via livre do ‘xadrez’ da esquadra do antenove, no Cazenga.
No entanto, conselho não lhe faltou, tendo sido alertado, no dia da sua morte: “o bandido só tem dois caminhos: cadeia ou cemitério!” Todavia, ao pôr do sol do Dia Internacional do Trabalhador, isto é, 1º de Maio, Maluquinho, como também era tratado o defunto, preparou-se, alegando que não demoraria “só uma visita básica, nos meus kambas”, dissera, para não mais regressar sem vida.
E, então, por volta das duas horas da madrugada, a família recebeu a notícia da morte do jovem. Apesar de partir para outra dimensão, Maluquinho deixou a progenitora em problemas por resolver.“Fiquei sem a garrafa de gás, porque fui invadida pela vizinha, alegando que o meu filho furtou a sua. Para além disso, fui espancada e, com as minhas primas que tentaram acudir, não foi diferente”, lamentou.
Quanto aos parceiros das noites, Isabel Panta diz que, para alguns, tem aconselhado no sentido de abandonarem tais práticas delituosas no sentido de prolongarem, seus dias na terra, como apela a Bíblia Sagrada. Porém, respondem apenas que pretendem fazer “desforra” pela morte do amigo.
Por fim, realçar a necessidade urgente de patrulhamento auto e apeado no bairro Matopa. Onde, de acordo com os moradores locais, tem sido alvo de frequentes assaltos a residências, bem como as lutas entre grupos rivais que culminam em ferimentos graves e até mesmo mortes.