MAIS UM CIDADÃO QUASE PERDE A VIDA POR CONTA DOS EXCESSOS DA CORPORAÇÃO

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A lista prolonga-se e mais um nome é adicionado àqueles, cujo azar foi cruzar o caminho dos agentes da Polícia. E, nestes encontros mortíferos, muitos são os que transitaram desta para o além e, quem conseguiu sair dali vivo, sobrevive agora sob cuidados especiais.

Por: Costa Kilunda

Éo caso de João Tchissingi, por exemplo. O jovem, de 27 anos, encontra-se entre a vida e a morte, depois de um desses encontros perigosos com os homens da farda azul, se tivermos em conta os vários infortúnios que já causaram, só neste período de pandemia.

Segundo relatos de colegas e amigos, João havia sido actuado por agentes da Polícia do Sambizanga, afectos à 9.ª Esquadra, na manhã do passado sábado, 29 de Agosto, no seu local de trabalho, situado a poucos metros da referida unidade policial.

Infelizmente para este jovem que à semelhança de muitos emigrantes de Benguela, que escalaram para a cidade capital em busca do “el dorado”, o que parecia ser apenas mais um dia labora,l acabou por se transformar num calvário, porque depois de ser flagrado por dois agentes que patrulhavam a zona, com a máscara facial mal colocada, isto é, debaixo do queixo, foi, imediatamente, detido e, em seguida, transportado até à Esquadra, onde terá sido submetido a tratamento desumano.

“Foi cruelmente torturado, de tal sorte que o deixaram à beira da morte”, lamentou José Thcivanda, colega da vítima.

João Tchissingi sobrevive, agora, à custa de amigos e colegas, pois não tem nenhum parente em Luanda. Ao ‘O Crime’, os amigos contaram que foi o patrão da vítima quem pagou a fiança para o retirar da Esquadra e o levou até ao Hospital Américo Boavida, onde se encontra acamado desde o dia da ocorrência.

O motivo do tão penoso tratamento na unidade policial, afirmaram os seus amigos, teve a ver com o facto de, no momento da detenção, ele não possuir os 10 mil kwanzas que os agentes exigiam. “E só lhe deixaram depois que o seu patrão pagou 3 mil kwanzas, e eles (polícias) aperceberam-se que, se não o deixassem sair, acabaria por morrer ali mesmo”, disse José Thcivanda.

Por seu turno, Afonso, um dos amigos, fez saber também que o agente que protagonizou tal acto é conhecido na unidade e arredores, por ‘Pimpão’. Para Afonso, que descreveu o aludido agente ‘Pipão’ como sendo uma pessoa agressiva, é preciso abrir-se uma investigação para apurar o que, de facto, ocorreu e responsabilizar-se os envolvidos nesta barbárie.

A fonte também acusou o agente em questão de corrupto e impiedoso, fama que, segundo ele, ganhou quando foi colocado no mercado do São Paulo para fiscalizar os vendedores ambulantes. “E no bairro Pombinha é conhecido pelas más práticas, tal é que entra nos estabelecimentos sem autorização, agredindo e extorquindo cidadãos expatriados, proprietários das lojas”, acresceu.

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