GRATIDÃO

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Este é o sentimento que tomou conta da minha alma no momento em que escrevia este texto, depois de surpreendido com o Prémio de Menção Honrosa pelo meu percurso profissional e pelo contributo prestado ao sector da Comunicação Social.

O “Prémio Angola Comunica” leva-me a olhar para os profissionais que me deram o empurrão. Nostálgico, só posso falar em gratidão, uma enorme gratidão.

Na hora dos agradecimentos, primeiro ao “Prémio Angola Comunica”, entidade promotora, e depois, claro está, um obrigado à minha família pela paciência e solidariedade, particularmente à senhora Polónia Brás dos Santos Pimentel, minha querida mãe.

Onde quer que esteja, acredito, andará muito orgulhosa do seu caçula, o homem que carrega todos os ensinamentos transmitidos por ela.

Sou dos que acreditam que sozinhos, por mais competência que tenhamos, não alcançamos os nossos objectivos.

Por isso, e já numa perspectiva mais alargada, agradeço ao malogrado jornalista Aguiar dos Santos, que em 2000 me proporcionou a oportunidade de ser correspondente do semanário Agora no município do Cazenga. Foi aí que ouvi do meu primeiro editor, o jornalista Norberto Costa, o seguinte: “Mariano, tu vais ser um grande repórter”. Uma frase que saiu enquanto corrigia um texto meu.

Foi também no semanário Agora onde conheci o meu grande mentor, o meu mestre, a pessoa que a nível profissional devo muito do que sou hoje, o grande Tandala Francisco, que me levaria para o semanário A Capital.

Com ele, vivi os meus melhores momentos, senti o que é intensidade de trabalho, exigência. Tudo isto, pois, em nome da qualidade e rigor nos textos.

Pedia-me uma matéria de capa em cada semana: “Mariano, traga drama, traga exclusivo, ou matas ou sei lá o quê”.

A dado momento cheguei a pensar que me estava escravizar, mas o meu mestre, bem ao seu jeito, lá vinha: “Mariano, o que estás a fazer hoje não é para mim. É para ti, é o teu nome que está a ser construído”. Dito, certo.

Confesso que neste momento não consigo conter as lágrimas que teimam em invadir o meu rosto. No A Capital, o Tandas, como era carinhosamente tratado, proporcionou-me conforto, confiança e protecção.

Lembro-me, já agora, que no dia da leitura do acórdão de um mediático julgamento, o Tandala chegou ao ponto de “arranjar” um guarda-costas para me proteger. Temia pela minha vida devido a ameaças que sofria.

Podemos estar hoje em paraísos opostos, mas saiba, Tandas, que a cada minuto do meu percurso profissional me recordo de ti. Mestre, o meu muito obrigado!

Não menos importante na construção da minha carreira foi o meu editor-chefe, José dos Santos, o casmurro, mas um extraordinário profissional e, para mim, o melhor escriba que temos no país. Consegui arrancar muito do ‘Man Zé’.

Fora das redacções, agradeço a Open Sociaty, na pessoa do seu ex-director, Elias Isaac, que me deram a oportunidade de fazer uma formação no Brasil e realizar um estágio no jornal Folha de São, onde aprendi o ABC do jornalismo policial com André Caramate, que é tão-somente um dos maiores jornalistas do Brasil nesta matéria.

Agradeço aos efectivos da Polícia Nacional Divaldo Martins, um dos meus maiores críticos; Quim Ribeiro, Aristófanes dos Santos, Jorge Bengue, Engrácia Costa, Eduardo Cerqueira, ao malogrado director da ex-DNIC, António Guimarães, que me tinha apelidado de problemático; ao eterno comandante-geral Ambrósio de Lemos, ao eterno ministro do Interior Sebastião Martins e ao ‘tio’ Maria Sita. A todos, o meu muito obrigado. É gratidão!

Obrigado aos meus colegas de profissão Estêvão Martins, Manuel Nunes, Paulo Sérgio, Liberato Furtado, Isabel João, André da Costa e Gabriel Veloso, é que, depois de muito tempo a ‘passear classe’ na abordagem exclusiva de matérias de casos de polícia, surgiram para fazer frente numa concorrência ‘saudável’, o que me ajudou sobremaneira no meu crescimento profissional.

Aqui, abro aspas para agradecer aos fotógrafos Tom Carlos e Pedro Nicodemos, que muito trabalharam comigo nas imagens fotográficas, pois, em matéria criminal, a fotografia faz toda diferença.

Agradeço à UNICEF, na pessoa de José Luís Mendonça e Celso Malavoloneke, pelas formações que realizavam para os jornalistas que abordavam matérias que envolviam crianças, porque as formações foram sem sombra de dúvidas também bastante úteis para o meu crescimento profissional.

Por fim, agradeço também à organização do Prémio Maboque que, em 2006, me consagrou como o primeiro jornalista da minha geração a vencer no primeiro ano da criação da categoria do Prémio de Jornalista Revelação daquele grupo empresarial.

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