Bento Bento será capaz de “enganar” a geração Coca-cola?
João Lourenço percebeu, tarde ou cedo, que Joana Lina não serve para as encomendas, quando em causa estiver o combate político rumo às próximas eleições, já em 2022.
Mais do que isso, percebeu que precisa, para Luanda e a sua complexidade, de um Bento Joaquim Sebastião Francisco Bento, vulgo Bento Bento (BB). Mas será que as coisas serão diferentes com o ex-governador provincial ao leme do MPLA, na maior praça eleitoral de Angola?
Bento Bento, 62 anos de idade, já não disfarça, à semelhança de tantos outros “camaradas”, que emite sinais de uma certa paralisação no tempo. As suas acções, aliadas ao discurso, são vistas como arcaicas, dando a ideia de actos e palavras de diversão. João Lourenço será dos poucos a pensar diferente, ainda que o “referendo” se estenda à estrutura do partido no poder.
Bento Bento, 62 anos de idade, já não disfarça, à semelhança de tantos outros “camaradas”, que emite sinais de uma certa paralisação no tempo. As suas acções, aliadas ao discurso, são vistas como arcaicas, dando a ideia de actos e palavras de diversão. João Lourenço será dos poucos a pensar diferente, ainda que o “referendo” se estenda à estrutura do partido no poder.
Se não for o caso, o MPLA de JLO e BB passa a mensagem/ideia de autêntica brincadeira face ao sofrimento do povo assolado pela fome (só para citar este mal).
A sopa que falta à maior parte das famílias angolanas apareceu com Bento Bento. Talvez não merecesse qualquer objecção – falamos de um humano – se não tivesse o “simbolismo” a companhia do “vão assustar já está”. Trata-se, verdade seja dita, de um slogan da traição de um homem à descoberta de carácter.
Segundo estudos, a maioria da população é jovem, o segmento com a participação mais expressiva nos processos eleitorais. Claro que este dado confirma um aviso, a juntar ao facto de esta mesma franja representar o garante da sensibilização e mobilização.
Acredita-se que as lideranças actuais, fruto da sua própria experiência enquanto jovens e militantes, compreendam exactamente o papel que os jovens desempenham como mobilizadores e mobilizados. Diferente de outros partidos, o MPLA é dos que os sectores-chaves continuam dominados pela geração dos anos 50.
Questiono-me, pois, como aquele partido irá convencer a “geração Coca-cola”, isto é, de 2000, a votar num MPLA que destruiu o sonho dos seus avós, pais e tios? E pode, como vemos, destruir os seus próprios sonhos …
Bem a seu jeito, Bento Bento começou por visitar as bases do seu partido nos diversos municípios onde, para não variar, prometeu resolver os problemas daqueles militantes que passam por questões básicas como a comida, saúde, água potável e energia eléctrica. Promessas, digamos, não cumpridas ao longo de 48 anos.
Bento Bento é tido por muitos como um político carismático, que regressa à condição dos destinos do MPLA na urbe luandense, cinco anos depois, para a sua muito provável última missão de levar à vitória de um partido quase destruído pelo próprio presidente.
O MPLA está desacreditado pela sua conduta de má governação. Será que Bento Bento conseguirá convencer a geração Coca-cola?