CAROLINA CERQUEIRA DECLARA GUERRA AO JORNAL O CRIME

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Na passada quinta-feira, 5 de Novembro, Mariano Brás, o director deste jornal, esteve a depor na Direcção de Combate ao Crime Organizado, devido a uma queixa apresentada pela ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira.

Em obediência à queixa, deveria ter a companhia do jornalista João Carlos, correspondente em Portugal, onde reside há alguns anos.

A notificação deriva da matéria, da última edição, em que o cidadão Alexandre Pegado denunciou ter sido vítima de uma extorsão perpetrada por Carolina e o seu irmão, José Cerqueira.

O Crime, como sempre comprometido com os princípios basilares da profissão, esteve dois anos à espera do contraditório após ter solicitado, por escrito, à dupla citada na matéria.

Isto mesmo, de resto, pode ser aferido no documento que publicamos. Carolina e o irmão, digamos, ignoraram a nossa solicitação, optando, hoje, talvez surpreendentemente, por avançar com processo-crime, alegando difamação e calúnia. Vemos nesta incursão um atentado à liberdade de imprensa a resvalar para abuso de poder.

Dada a ausência do autor do texto, no caso o nosso colaborador João Carlos, que reside em Portugal, Mariano Brás foi ouvido na qualidade de declarante, pelo investigador Nélson Monteiro, um instrutor que se mostrou bastante cordial.

O SIC, em termos de recursos humanos, dá sinais claros de evolução, apesar do muito por melhorar.

Achei estranho, já agora, que o investigador não tivesse no processo a matéria que dá azo à queixa. Não se percebe!

Todavia, repito, mostrou ser alguém culto, conforme evidenciou o momento da elaboração do questionário e do contacto com o computador, o aparelho que, sabemos, já foi “bicho de sete cabeças” para muitos investigadores.

O que ainda não faz parte do passado, lamentavelmente, são as condições em que trabalham. O gabinete, por exemplo, é um espaço de aproximadamente oito metros, com paredes cheias de  fissuras, sem ar condicionado. Até parece uma arrecadação, tal é a quantidade de tralhas.

Voltando ao caso que interessa, Carolina Cerqueira processou o jornal, por crime de difamação e calunia, lembramos, na sequência da matéria publicada na edição n.º 115, sob o título “Carolina Cerqueira terá exigido escandalosa ‘mixa’ no valor de usd 9.000.000.00”. Esta chamada de capa era, na verdade, um convite para a edição seguinte.

Sem ter visto a matéria, avançou para o processo-crime registado sob o n.º 2.980/020-05, que tramita no Serviço e Direcção de Combate ao Crime Organizado, aparentemente para intimidar os jornalistas desta casa.

Lembramos que a matéria tem “dois anos de vida”, à espera do contraditório, como atesta o documento datado de 29 de Agosto de 18, com o selo de recepção usado pelo Ministério da Cultura, sua antiga moradia .

Este jornal alerta que não se vai intimidar, tanto é que, nas  próximas edições, dará continuidade a uma série de reportagens sobre a conduta da referida ministra, mediante denúncias que reputamos de credíveis.

Quando se esperava que tal matéria desse azo a uma investigação por parte da PGR ou qualquer outro órgão do Estado, uma vez que a nossa fonte está identificada (diz ser vítima de extorsão para se manter com o próprio terreno), eis que levamos com um processo…

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