Condenado a 15 anos: PAI QUE VIOLOU AS DUAS FILHAS SOB PRETEXTO DE SER TRADIÇÃO

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A suposta crença foi de que, antes de qualquer homem, as filhas devem relacionar-se, sexualmente, com o pai, tendo este, de 48 anos, desonrado a primeira quando tinha apenas 5 anos e a segunda aos 16.

Por: Felicidade Kauanda

O caso foi julgado à porta fechada, “por questões morais”, pelo que não divulgaremos os nomes dos envolvidos.

Soube O Crime, de fonte fidedigna, que ficou suficientemente provado que o pai, de forma astuta, introduziu, primeiramente, os seus dedos na cavidade vaginal da primeira filha, que tinha 5 anos, hoje com 19, e só depois introduziu o pênis erecto.

O caso actual deu-se com a segunda filha, a 12 de Novembro do ano passado, numa altura em que o progenitor tomou conhecimento, por intermédio do seu amigo, que a sua filha estava a namorar um colega.

Para se certificar, chamou a filha no quarto e perguntou-lhe se ainda era virgem, tendo esta respondendo positivamente e que apenas tinha beijado o namorado. Insatisfeito, foi ter com o citado namorado, que certificou a relação, afirmando que estavam há dois anos, ou seja, quando ela tinha 14 anos de idade.

Tendo em conta a resposta da filha, o progenitor pediu-a que lhe deixasse comprovar, o que a menor rejeitou, alegando que só a mãe a poderia ver. Portanto, o pai insistiu, até que aquela cedeu.

A seguir, mandou-a sentar na cama e introduziu o dedo médio na cavidade vaginal daquela. Não satisfeito, pediu que retirasse a roupa, para verificar com o seu pénis, ao que a filha recusou. Entretanto, sob ameaças de morte, esta despiu a saia, o pai tirou-a a cueca, subiu-a e começou a beijá-la, para que não gritasse, tendo, depois, introduzido seu pénis erecto até ejacular.

Depois do acto, advertiu a filha a não contar à mãe, ameaçando que a mataria, caso o fizesse, tendo acrescido que é tradição, na província do Bié, as filhas relacionarem-se primeiro com o pai e que tinha feito o mesmo com a irmã mais velha, tendo esta se mantido calada.

Portanto, apavorada e com dores, saiu do quarto, foi à casa de banho, onde verificou que na sua vagina escorria um líquido branco, pegajoso, misturado com sangue. Sentindo-se aterrorizada, foi contar à irmã, uma vez que o pai confessou-lhe que tinha praticado o mesmo acto com ela, ao que a mesma confirmou.

Deste modo, as filhas decidiram contar à mãe, que não acreditou de imediato, porém, chamou dois amigos do marido, para que pudessem testemunhar a narração contada pela menor.

Tendo em conta a negação da mãe, as filhas decidiram gravar com telemóvel, caso o pai voltasse ao mesmo procedimento, o que veio a acontecer, numa altura em que o pai chamou de novo a menor ao quarto, perguntou-lhe como se sentia, tendo respondido que sentia muitas dores. Sem que notasse, esta pôs o telefone a gravar.

Astuto, disse que teria que introduzir o pénis novamente, para que as dores parassem. A menina discordou, dizendo que estava a doer-lhe muito. O pai insistindo, assegurando que faria devagar e, com isso, a dor passaria.

Dada a prévia combina entre as irmãs, no sentido de desmascararem o pai e convencer a mãe, a irmã mais velha enviava mensagens aos irmãos menores, para chamarem o pai, este, por sua vez, os enxotava.

Porém, a irmã entrou, disfarçando que alguém pretendia falar com ele, tendo, com isso, a menor escapado de mais um abuso. Todavia, obtiveram provas que convenceram a mãe e os demais parentes.

Depois de o caso ter sido entregue às mãos da justiça, a mãe foi, várias vezes, intimidada pelos familiares do marido, facto que a levou a pedir a retirada da queixa, porém, se tratando de crime público, não foi possível.

Em tribunal, foram exibidos os resultados dos exames directos, que atestaram a desonra, provocada pelo pai à menor, porquanto, apresentam rasgaduras do hímen, com o rompimento do mesmo e feridas nos órgãos genitais.

Assim, 15 anos de prisão maior e pagamento de uma indemnização no valor AKZ 300.000,00 (trezentos mil kwanzas) foi a condenação proferida pelo tribunal.

Por amor ao pai ou inocência, as filhas perdoam o pai, apesar do mal que lhes causou. Igualmente, a mãe disse estar disposta a perdoar o marido, mas que não mais voltaria a viver com o mesmo.

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