ENSINO PARTICULAR: SUBIDA DO PREÇO DAS PROPINAS PREOCUPA ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO

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A Associação Nacional do Ensino Particular (ANEP), anunciou recentemente a eventual subida das propinas, nas escalas de 10 a 20 por cento, em todo território nacional. 

 Leal Mundunde

Há poucas semanas para o arranque do ano lectivo 2023-2024, previsto para o mês de Setembro, várias famílias angolanas foram pegues de surpresa com o anúncio concedido pelo presidente da ANEP, António Pacavira, sobre a eventual subida dos preços das propinas, entre 10 a 20 por cento do que se pratica actualmente. Aguarda-se a aprovação do governo, já que há um acordo entre o Ministério das Finanças e da Educação, para a possível subida. 

Ao se confirmar a subida, várias famílias temem por um aumento considerável de cidadãos fora do sistema de ensino, devido à falta de meios financeiros para suprir com os gastos e, perspectivam um quadro pior ao actual, originando de forma mais acentuada o aumento da criminalidade e da prostituição.

Por sua vez, António Pacavira, garante não haver aumento substancial, sendo que as instituições de ensino privado funcionam sob regime de preços vigiados. O presidente da ANEP, reforça que esta medida ajudará na melhor qualidade das instituições, uma vez que as mesmas não actualizam os preços há sensivelmente três anos. “O governo propôs-nos o princípio de equidade: quanto maior a propina, menos o colégio deve subir. Quando menor é a propina, mais o colégio deve subir”, esclareceu. 

O responsável, apesar de reconhecer a situação difícil que várias famílias enfrentam, acredita que a medida permitirá com que as escolas façam maior investimento e, defende que, para se formar quadros qualificados, em qualquer parte do mundo exige custos. Porém, aconselha as instituições privadas, a não alterarem o preço das propinas sem a devida autorização do governo.

Famílias descontentes com a medida

Com a situação actual do país a apertar, as famílias não olham com bons olhos a eventual subida das propinas e esperam que esta medida não se efective, sob pena de muitos estudantes abandonarem o sistema de ensino.

Avista-se maior dificuldade para os encarregados de educação, que na luta do garante da alimentação, terão que lidar com mais uma situação, que consideram ser um “ataque” ao processo de formação dos filhos. “Não tem como custear os estudos com baixo salário”, declarou Adelaide Savihemba.

São muito os interlocutores, que consideram esta medida um verdadeiro atentado ao processo de formação de quadros no país e, perspectivam elevado número de desistência dos estudantes para o ano lectivo que se avizinha. 

A título de exemplo, este jornal ouviu Domingos Alberto, pai de três filhos, que aufere um salário de 50 mil kwanzas, que olha para este cenário com tristeza, pois, dois dos filhos encontram-se a estudar num colégio privado e, revela não imaginar como proceder com os custos, sendo que já os faz com bastante dificuldade. “Tenho de prover a alimentação, energia, transporte, roupa e outras despesas familiares”, rebateu.

Os encarregados acreditam que esta medida provavelmente será aprovada e justificam a afirmação com o facto de no país existir políticos que defendem interesses particulares, por serem proprietários de muitos colégios em Angola.

Economista defende que Estado não deve intervir na redução dos preços 

Com o estado actual da economia e com a desvalorização da moeda, o economista Márcio João Paulo é de opinião, que este cenário obriga os colégios a actualizarem os preços. 

Márcio João Paulo, afirma ser uma medida necessária para a saúde das instituições de ensino e para a garantia da qualidade do serviço que prestam ao público. 

“O aumento do preçário é uma questão entre os colégios e encarregados de educação, não é um assunto em que o Estado deve intervir para a baixa dos preços, excepto em casos de subsidiar este sector”, defendeu.

DENÚNCIA:

APÓS SER RAPTADA ADOLESCENTE REAPARECE SEM A FALA

Uma adolescente de 16 anos foi recentemente sequestrada por indivíduos desconhecidos, durante duas horas de tempo. A mesma voltou ao convívio familiar sem a fala.

O facto ocorreu na zona do Malueca, no município do Cazenga, em Luanda, onde a adolescente foi levada em parte incerta por desconhecidos. O sequestro durou cerca de duas horas e, incrivelmente a adolescente cujo o nome preferimos omitir, regressou a casa já “muda” (sem a fala).

Esperança André, mãe da menina, falou das circunstâncias do regresso da filha ao convívio familiar. A progenitora revela que os supostos sequestradores escreveram o número 10 (dez) no braço esquerdo da adolescente.

Por sua vez, Delfina Maíno, avó, afirma que das interpretações que faz da linguagem gestual da neta, que nesta altura se encontra muda, dão conta que, na viatura dos supostos criminosos, encontravam-se 10 crianças sequestradas, entre elas, 7 meninas e 3 rapazes.

A avó, que segundo interpretação dos gestos da sua neta, refere que, infelizmente dois dos petizes terão sido mortos, retirados os órgãos internos e colocados no porta-bagagem da viatura.

O caso já é do conhecimento da polícia nacional, através da esquadra do angolano-vala, sita no Malueca, município do Cazenga.

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