MARGINAIS FAZEM 16.ª VÍTIMA DE ABUSO SEXUAL CONCORRIDO COM HOMICÍDIO
Diamantina Cangombe, 21 anos, é a mais recente vítima da já extensa lista de jovens abusadas sexualmente e depois assassinadas nos Mulenvos de Baixo, município de Cacuaco. O crime ocorreu no pretérito dia 27 de Novembro, estado, já, três suspeitos sob custódia.
Por: Costa Kilunda
“Ficamos descansados, porque sabíamos que estaria, possivelmente, com os irmãos”, disse, acrescentando que, ao amanhecer, foram surpreendidos com o cadáver da filha bem à porta de casa.Testemunhas contam que tudo começou com um telefonema de um suposto amigo da vítima, que a convidou para um encontro, num restaurante nas imediações do Grafanil Bar, em Viana. A jovem, de acordo com o pai, Albano Cangombe, aproveitou-se do facto de estar a frequentar um curso de informática naquela zona, onde também residem os irmãos mais velhos e passava as noites em algumas ocasiões, para juntar-se ao amigo.
Desconhecendo, ao certo, o local em que a filha tinha sido, supostamente, abusada e, a posterior, assassinada, disse apenas que encontrou nela vários vestígios de agressão física. “Não acredito que tenha sido violada e assassinada onde a encontramos, penso que o crime foi cometido em outro local e simplesmente trouxeram aqui o seu cadáver, porque a conheciam”, notou.
Aliás, sustentou tal afirmação com o facto de o local em que a filha foi encontrada morta não apresenta vestígios de alguma agressão, sangue ou qualquer outro sinal que indiciasse a prática de um crime.
A seguir, explicou que informaram à Polícia e ao Serviço de Investigação Criminal (SIC) que, após exame pericial ao local, procederam à remoção do cadáver. Já Domingas Artur, a mãe de Diamantina Jamba Artur Camgombe, visivelmente magoada com a morte prematura da filha, avançou à reportagem do O Crime as virtudes da filha, bem como apelou à justiça por esta.
“São pessoas conhecidas que praticaram este crime, porque sabiam que, se lhe deixassem ir embora, os seus nomes e rostos seriam descobertos”, atestou a senhora, para depois dizer que a irmã gêmea da malograda foi forçada a deixar os pais e abandonar o bairro por conta destes crimes horrendos.
Este jornal soube, de fonte oficial, que três cidadãos estão, agora, sob custódia policial, suspeitos de envolvimento no assassinato desta jovem.
Dezasseis vítimas só neste ano
Albano Cangombe fez saber que, com o caso da filha, já são 16 crimes desta natureza, só no período de Janeiro a Dezembro do ano em curso. E, à semelhança dos outros 15 crimes de abuso sexual concorrido com assassinato, neste último, também, a Polícia mostrou-se incapaz de identificar e combater estes predadores sexuais.
Na maioria das vezes, elucidou, estes abusos ocorreram no período nocturno, em obras inacabadas, que configuram um cenário propício para a prática destes crimes, geralmente cometidos por mais de duas pessoas, o que facilita a rendição das suas presas, que apenas são encontradas, já sem vida, ao amanhecer.
Entretanto, rogou para que as autoridades ajam o mais rápido possível, “pois não se está a falar de um incidente isolado”. “E, pelo que eu saiba, nunca conhecemos os autores destes crimes, isso é lamentável”, disse.
Os restos mortais de Diamantina Jamba Artur Camgombe, de 21 anos, foram a enterrar no passado dia 3 de Dezembro, no Cemitério Municipal de Viana, deixando atrás uma órfã de cinco anos, bem como dezenas de jovens inseguras pela onda de criminalidade violenta que assola aquela municipalidade.
Referir, também, que este jornal, nas suas edições anteriores, trouxe várias reportagens sobre o assunto acima descrito, bem como os crimes de roubos e furtos com recurso à armas de fogo e outras das acções que a população local enfrenta, mas que são obrigados a viver com medo, ante à passividade das autoridades.