No Cazenga: QUATRO CRIANÇAS FORAM MORTAS DE FORMA CRUEL PELAS PRÓPRIAS MÃES
Duas cidadãs nacionais, ambas residentes no município do Cazenga, estão detidas por esfaquear os filhos até à morte. O móbil do crime ainda é um mistério.
Engrácia Francisco
O primeiro caso aconteceu na noite do dia 16 deste mês, no bairro 11 de Novembro, na rua do Benfica, no interior de uma casa abandonada.
O relógio marcava 18 horas da noite, quando a jovem Jandira Rosa, de 30 anos de idade, pegou os quatro filhos de, 9, 7, 6 e 2 anos de idade, respectivamente, com a promessa de os levar para uma nova casa comprada pelo pai.
Durante o trajecto, a homicida desviou o seu percurso normal, entrou com os filhos numa casa inacabada e, com uma faca de cozinha desferiu vários golpes nos três filhos menores e dois deles tiveram morte imediata.
Uma das crianças ainda chegou a ser levada ao Hospital dos Cajueiros, no Cazenga, mas acabou por falecer dias depois.
o único sobrevivente foi a filha mais velha de apenas 9 anos, que ao ver a mãe a esquartejar os irmãos, colocou-se em fuga e com ajuda dos vizinhos a mesma se encontra a salvo.
A suspeita Jandira Rosa, de 30 anos, era mãe de quatro filhos. Por motivos desconhecidos a mesma pós fim à vida de três filhos e actualmente encontra-se detida.
Familiares das vítimas encontram-se sem condições para manter o óbito e a realização do funeral.
Mãe mata filha e come as estripas
No segundo caso estava envolvida Luzia dos Santos Ngola, de 28 anos de idade, está a ser acusada de esfaquear a filha de apenas um ano de idade, na região do abdómen e depois comer as estripas.
Tudo aconteceu por volta das 23h:40 minutos, também do dia 16 deste mês, no interior da residência da acusada, foi vítima a menor de um ano de idade, que em vida atendia pelo nome de Victória dos Santos.
Alegadamente por práticas de feitiçaria, Luzia dos Santos Ngola desferiu, sem dó nem piedade, vários golpes no abdómen da filha Victória dos Santos, de apenas um ano de idade, a mesma extraiu as tripas e comeu. A vítima acabou por morrer no local e a acusada encontra-se a contas com a justiça.
Para o psicólogo criminal Xano Moreira:
“Podemos estar perante dois casos de esquizofrenia, mas…”
O psicólogo criminal, Xano Moreira, ouvido por este jornal para analisar os dois casos disse que a mãe que matou a filha e depois comeu a estripa caracteriza-se como alguém que padece de esquizofrenia.
“Podemos estar perante um transtorno de esquizofrenia paranóica na mãe que cometeu o crime contra a filha. A esquizofrenia é o transtorno mais grave a nível das psicoses, porque há presença de delírio e alucinações, visuais ou auditivas”, disse.
Por outro lado, acrescentou que o caso pode ser visto por duas vertente: “De acordo com a psicologia criminal, todo crime violento, brutal, com uma determinada carga de violência, pode nos levar a entender que a pessoa que o pratica pode estar na presença de um transtorno psicológico ou psiquiátrico grave”.
Porém, quanto as questões de possível feitiçaria, o psicólogo criminal explicou que, “segundo os livros, o pacto pode ser directo, quando se conversa directamente com a bruxa, onde em muitos casos pede-se para sacrificar as crianças, ou indirecto. Uma acção levada a cabo para obter poder ou riquezas”, explicou.
Quanto ao caso da morte da mãe que matou as três, aquele especialista aconselha que seja feita uma consulta psiquiátrica com urgência.
“Pode-se dizer que a mãe estava a passar por depressão psicose maníaco depressiva ou sofrer de um outro tipo de transtorno que a levou ao cometimento do crime, mas carece de uma investigação acentuada para determinar o que realmente a levou a cometer esse crime”, aconselhou.
Contudo, não deixou de se surpreender quanto a elaboração do crime “o triplo homicídio foi bem elaborado pela homicida de forma fria e calculista. Acreditamos que a suspeita terá premeditado o acto, porque ao ir buscar as crianças e levá-las para um local seguro para cometer o crime, tudo porque tem problemas com o seu ex-parceiro procurou brutalmente matar os filhos de forma a atingir o estado emocional e psicológico do mesmo, é preocupante e deve ser analisado minuciosamente sobre o seu estado emocional”, concluiu.