Ao tentar evitar um roubo: AGENTE DA POLÍCIA É MORTO POR MARGINAIS
Um agente da Polícia Nacional, identificado por Julião Jercy Caquinda Rodrigo, de 28 anos, foi morto a tiro por marginais, na madrugada de sábado, 24 de Setembro, na Centralidade do Sequele.
Maiomona Paxe
Ocaso ocorreu por volta das 3 horas de sábado, 24, quando o agente na companhia de colegas, efectuavam patrulhamento apeado nas imediações do Bloco 8, na Centralidade do Sequele, em Cacuaco e avistaram-se com três indivíduos que pretendiam furtar acessórios de uma viatura que estava estacionada. Na tentativa de frustrar a acção dos marginais, os agentes tentaram aproximar-se do local e foram surpreendidos com disparos, tendo um dos projéctis ter atingido as costas do agente.
O porta-voz da Polícia Nacional, o Superintendente Nestor Goubel, fez saber que as diligências estão em curso para a detenção dos presumíveis autores do crime e a apreensão do armamento usado, que vitimou o agente que estava colocado no Comando Municipal de Cacuaco, destacado na Esquadra da Centralidade do Sequele.
Julião Jercy Rodrigo, ainda foi socorrido para o hospital Municipal de Cacuaco, mas não resistiu aos ferimentos e acabou por morrer.
Os marginais que se faziam acompanhar de armas de fogo, do tipo ainda não identificado, se puseram em fuga após o incidente, sem retirarem nada de valor na referida viatura.
O porta-voz da Polícia Nacional, o Superintendente Nestor Goubel, fez saber que as diligências estão em curso para a detenção dos presumíveis autores do crime e a apreensão do armamento usado, que vitimou o agente que estava colocado no Comando Municipal de Cacuaco, destacado na Esquadra da Centralidade do Sequele.
A família do jovem policial tomou conhecimento do ocorrido, horas depois do tiroteio, e revelam, com lágrimas nos olhos, que a notícia foi como uma bomba, que meteu em pânico todos membros da casa onde morava o agente. “Era para ele regressar para casa com vida após uma jornada de trabalho”, disse Maria André, irmã, que lamenta a morte do irmão e clama por justiça.
“Meu irmão foi um herói, defendeu a pátria com dignidade e honra, e merece um funeral condigno”, afirmou Maria André.
Com o casamento marcado para o mês de Dezembro, a noiva de Jercyano, como era carinhosamente chamado entre os seus, Ludmila Martins, desabafa que já não tem motivos para sorrir, pois tiraram dela aquele que considerava, para além de esposo, um pai. “Estou sem chão, tragam de volta o meu marido”, exclamou desolada, para posterior acrescentar que horas antes ainda conversou com o marido.
A morte do jovem agente deixou um vazio no coração daqueles que o caracterizam como uma pessoa do bem e batalhador. No entanto, diferente das lides que estamos habituados, “polícia que mata cidadão”, este caso foi exactamente o oposto, um agente policial que pretendia defender a viatura de um cidadão desconhecido, e acabou morto por indivíduos até ao momento desconhecidos. Ou seja, o agente foi morto em pleno exercício das suas funções de manutenção da segurança pública.
Julião Jercy Caquinda Rodrigo, de 28 anos, agente de terceira da Polícia Nacional, que muito fazia para a sua família e amigos, deixa viúva e uma filha de 6 anos. O mesmo foi a enterrar na quarta-feira, 28 de Setembro, no cemitério do Benfica, antecedendo a uma cerimônia fúnebre realizada na casa de velórios da Polícia Nacional.