Até quando?: PASSAGEIROS ACUSAM FUNCIONÁRIOS DA TAAG DE FURTAR BENS NO INTERIOR DAS BAGAGENS
Vários passageiros vindo do exterior do país queixam-se de desaparecimento de bens diversos no interior das bagagens, no momento do desembarque no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda.
Jurelma Francisco
São muitos os passageiros que acusam os funcionários da Transportadora Aérea de Angola – TAAG, de furto de bens e diversos no interior das bagagens. Os relatos de descontentamento dos passageiros, que se deslocaram do exterior para a capital Luanda, nos últimos tempos, fazem crer que há um grupo de funcionários que se dedica em subtrair bens, sem que sejam apanhados, o que revela ser uma falha na segurança do Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro.
A título de exemplo, foi o voo LADDT54113, vindo de Madrid, Reino de Espanha, que transportava o cidadão angolano Baptista João, que desembarcou por volta das 6 horas, do dia 23 de Agosto do corrente ano. Na bagagem, o passageiro trazia dois telefones de marca Iphone 12 e Iphone XR, um Ipod Pro e três recipientes de perfumes, para além de dois relógios e diversas camisas de marcas não identificadas, avaliados em mais de quatro mil Euros (4.000,00€), que serviria de prenda à familiares residentes em Angola.
Baptista João, cineasta de profissão, conta que, após o desembarque, ainda dentro do aeroporto, constatou que a bagagem tinha sido vandalizada, e teve os bens acima citados subtraídos, restando apenas algumas peças de roupas. Preocupado e assustado com o sucedido, o mesmo dirigiu-se ao guichê de reclamações e denunciou.
Porém, até ao momento a companhia aérea não dá nenhuma solução ao caso. “Até agora não dizem nada, e nem sabem quem o fez”, disse, acrescentando que há histórias de pessoas que passaram vários anos sem reaver pertences desaparecidos. “Se não tiver influência, te fazem passar no esquecimento”, rematou.
Sem reaver seus pertences, e por compromissos profissionais, Baptista João regressou à Madrid, onde reside há mais de cinco anos, dando sequência do assunto com a delegação da companhia aérea angolana, na capital do Reino de Espanha.
O caso do cineasta angolano não é isolado, pois, há outros relatos de passageiros que viram as bagagens vandalizadas e continuam sem resposta da parte da TAAG. É o caso de Silva Cavita, que viu o cadeado da mala aberta e uma série de fatos roubados, isto no ano de 2017. O lesado acredita que, pela forma como as bagagens são abertas, dá entender que os “gatunos” dispõem de chaves-mestras e que também têm colaboração com os operadores da área de Check-in, especialmente os que monitoram o equipamento de Raio X. “Não se entende como eles adivinham que no interior das bagagens tem coisas de valor”, chutou.
Há sensivelmente cinco anos, sem reaver seus pertences, Silva Cavita, diz não alimentar mais esperanças e que cansou de assinar tantos documentos, acrescentando ainda que é primordial haver bom senso e seriedade da parte da transportadora. “Os passageiros da TAAG devem estar mais atentos com as bagagens no momento da viagem”, apelou.
Após uma tentativa de comunicação entre o “ Jornal O Crime” e a Direcção da TAAG, que durou cerca de quinze dias, em resposta, o assistente de imprensa, Luciano Samba garantiu apenas se pronunciar sobre o assunto nos próximos dias.