A que ponto chegamos!: ANTÓNIO SITA TERÁ SIDO EXONERADO NUMA CONVERSA DE COMPADRES
A misteriosa exoneração de António Maria Sita, do cargo de 2.º comandante-geral da Polícia Nacional, que apanhou todos (incluindo ele próprio) de surpresa, terá ocorrido à porta fechada numa conversa sigilosa entre o presidente da República, João Lourenço, e o ministro do Interior, Eugénio Laborinho, que para recuperar algum poder no seio da Polícia Nacional terá aproveitado da boa relação que tem com o PR para o influenciar a nomear o seu primo, comissário-chefe Domingos Ferreira Andrade, ao cargo de 2.º comandante-geral da PNA.
Este jornal apurou de fonte fidedigna, por exemplo, que Fernando Garcia Miala, chefe do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado, Pedro Sebastião, ministro de Estado e Chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, assim como Paulo de Almeida, comandante-geral da PNA, não foram informados sobre a exoneração do ex-2.º comandante-geral António Maria Sita e sobre a, consequente, nomeação do comissário-chefe Domingos Ferreira Andrade, por sinal primo direito de Eugénio Laborinho.
As nossas fontes avançam que a exoneração de Maria Sita soou à humilhação, dada a forma como o mesmo terá tido conhecimento disso, uma vez que, na segunda-feira, 21, participou da reunião operativa, tendo, inclusive, uma viagem de serviço marcada com o próprio ministro do Interior, Eugénio Laborinho.
Para o seu espanto, porém, quando terminou a referida reunião, Eugénio Laborainho chamou António Maria Sita no seu gabinete para lhe informar que tinha sido exonerado pelo PR.
“Ó Sita, você foi exonerado”. É assim que Sita terá tomado conhecimento da sua exoneração através do ministro do Interior.
Ainda segundo as nossas fontes, o actual comandante-geral da PN, Paulo de Almeida, também terá tomado conhecimento dessa exoneração nos mesmos moldes em que Sita, seu ex-adjunto, tomou conhecimento da sua exoneração.
“Nem um agente que terá cometido um crime de homicídio é exonerado dessa forma”, lamentou um dos nossos interlocutores.
António Maria Sita, é natural!
António Maria Sita, natural de Macanga/Cabinda, nasceu a 31 de Maio de 1958 e possui vasta experiência em questões policiais e órgãos de defesa e segurança do Estado, tendo exercido a função de chefe do SINFO na província de Cabinda e delegado provincial do MINSE, acumulando-os com o cargo de chefe da Contra Inteligência da Huíla.
Em 1999, foi delegado do MININT e comandante provincial da Polícia Nacional de Cabinda; em 1999, delegado do MININT e comandante provincial da Polícia Nacional da Huíla; em 2003, comandante do CPIP (Comando de Protecção de Individualidade Protocolares); em 2007, delegado do MININT e comandante provincial da Polícia Nacional de Benguela; em 2013, delegado do MININT e comandante provincial da Polícia Nacional do Cunene; em 2013, num dos períodos mais negros da PNA, assumiu o cargo de delegado do MININT e comandante provincial da Polícia Nacional de Luanda, onde com brio, diplomacia, carisma e sentido patriótico conseguiu resgatar a relação da polícia com o cidadão.
O que o país ganha com a exoneração de Sita e nomeação de Ferreira?
Para alguns entendedores da matéria, a exoneração de Maria Sita não passa de uma rixa de poder entre o ministro do Interior e comandante-geral da Polícia, já que o único ganho nesta história é pessoal.
“Ao nomear o seu primo, o ministro vai ter um forte aliado dentro da Polícia, onde claramente começou a perder o controlo de tudo. O único interesse, nisso, é pessoal”, dizem as nossas, acrescentando que Domingos Ferreira Andrade, o agora 2.º comandante-geral da Polícia Nacional, é filho da irmã mais nova do ministro do Interior, Eugénio Laborinho, pelo que a possível jogada a posterior é fazer trinta por uma linha para elevar Andrade a comandante-geral da Polícia Nacional.
E assim vai o país…