ALUNOS SOB EFEITO DE DROGA E ÁLCOOL: professores denunciam uso em gelados de mucua e copos de sumo
Professores descobrem alunos do ensino primário, sobretudo adolescentes, que se apresentam em salas de aulas, sob efeito de álcool e drogas, chegando a disfarçarem em copos de sumo e gelados de macua, para não serem identificados.
Leal Mundunde
O ano lectivo 2022/2023 está prestes a terminar e os professores alegam que alguns alunos, têm tido comportamento negativo, com realce para adolescentes com idade compreendida dos 14 aos 17 anos.
A pesar da idade, o consumo de bebidas alcoólicas tem sido uma realidade no seio de alunos, que muitas vezes o fazem no momento do intervalo, dirigindo-se nos locais que vendem bebidas próximas as escolas.
Esta realidade é narrada pelos homens do giz, que mostram preocupação pelo futuro dos adolescentes, que enveredam em tais práticas, pois, é visível a conduta negativa na sala de aula.
Um dado revelado pelo Professor Serafim Fonseca e Director de uma das escolas da capital do país, alguns estudantes identificados sob efeito de bebidas alcoólicas, consomem nos quartos de banhos, whisky em pacote, vulgo pacotinho.
Professor Baptista Eduardo, que lecciona a 5ªclasse, lamenta o caminho que muitos alunos enveredaram e espera que haja mudança por parte destes, de modo a não destruírem o seu percurso enquanto alunos.
Por outro lado, apela maior atenção e acompanhamento dos encarregados de educação, no processo de ensino-aprendizagem, lamentando que alguns, não têm cooperado com os professores, “pois a adolescência é uma fase que requer cuidados redobrados”.
“Vêm num bom estado, após ao intervalo, aparecem com comportamentos agressivos, fazem brincadeiras que não vão de acordo as aulas”, realçou a professora Isabel Pedro.
Isabel Pedro, revelou que recentemente um aluno de 14 anos, apareceu drogado na instituição e foi possível identifica-lo pela postura negativa do mesmo, chegando a criar um mau clima na sala de aula.
O professor ao observar este cenário, convidou o aluno abandonar a sala e ao longo do percurso, “foi dando cambalhotas no pátio da escola, um comportamento diferente do habitual”.
Entraram em contacto com o encarregado do mesmo e foi possível compreender que havia ingerido bebida alcoólica e “diazepam” vulgo “légua”,que compram nas ruas e nas farmácias.
A pesar do encarregado ter tomado conhecimento, segundo Isabel Pedro, a situação foi recorrente, ao ponto de ser afastado da instituição em que lecciona, pois, alega terem feito o que estava ao alcance da escola, mas sem sucesso.
Serafim Fonseca afirma que muitos alunos usam drogas e bebidas alcoólicas, nos copos de sumo e no gelado de mucua, o que tem facilitado com que não sejam identificados com facilidade.
Em função do trabalho árduo desenvolvido na escola em que trabalha, foi possível descobrir o que estava no seu interior, por isso, optaram em redobrar esforços para que situações do género não voltem acontecer, proibindo a sua entrada.
Professor Baptista Eduardo, que lecciona a 5ªclasse, lamenta o caminho que muitos alunos enveredaram e espera que haja mudança por parte destes, de modo a não destruírem o seu percurso enquanto alunos.
Por outro lado, apela maior atenção e acompanhamento dos encarregados de educação, no processo de ensino-aprendizagem, lamentando que alguns, não têm cooperado com os professores, “pois a adolescência é uma fase que requer cuidados redobrados”.
Os professores propõe aos pais, no sentido de observarem as pastas dos filhos, pois, alguns, escondem substâncias proibidas.
Numa ronda efectuada em algumas escolas, foi possível observar a existência de instituições de ensino, próximas a locais onde comercializam bebidas alcoólicas, tendo alguns alunos entre os consumidores.
Educador Social aponta responsabilidades
Preocupado com esta situação, o Educador Social Anacleto Pambassangue, afirma que a primeira falha está na família, que tem a missão de transmitir a educação primária aos filhos, ensinando-os a ser, estar e ter.
Anacleto Pambassangue acrescenta que, alguns são transformados no meio em que estão inseridos e apela maior responsabilidade das famílias, de modo a que os filhos não se desencaminhem.
“É imperioso que haja pais, adultos e mentores que ajudem a filtrar tudo quanto o social nos proporciona, porque se assim não for, os desvios de atitudes e comportamentos dos filhos, estarão à vista”,disse.
O Educador Social refere que, o papel do “Estado pai”, anda engavetada, pelo que exorta conjugação de esforços, com a família, Igreja e outras forças da sociedade, para a resolução do problema que afecta vários alunos no país, não somente adolescentes, como jovens e adultos.
Para além dos problemas enumerados, os professores falam também de alunos, que desviam os bens dos colegas, de alunas que se apresentam com saias curtas e blusas que mostram os seios, de discentes com calças rasgadas e outros que não respeitam até os seguranças.