PASTOR QUE ESQUARTEJOU PROFESSORA CONDENADO A 30 ANOS
Descrito como anti-social, frio e calculista, o pastor Elias Neto dos Santos, que matou e esquartejou, colocando o corpo numa mala, a professora Luzia de Almeida, na Urbanização Vida Pacífica, Zango 0, está definitivamente a contas com a justiça.
Felicidade Kauanda
Elias Paulo Neto dos Santos, de 26 anos, confessou que, além de matar Luzia Leonilde Fernandes de Jesus de Almeida aos 56 anos, professora de profissão, roubou vários bens desta, nomeadamente, uma viatura de marca I10, um computador, um telemóvel de marca Samsung, um fogão, uma botija de gás butano e um televisor, e os vendeu.
O réu foi condenado à pena única de 30 anos de prisão pelos crimes de homicídio qualificado e roubo qualificado, ao pagamento de AKZ 100.000,00 (cem mil kwanzas) de taxa de justiça e AKZ 5.000.000,00 (cinco milhões de kwanzas) de indemnização à família.
O pastor assassino, com uma personalidade totalmente desajustada, disse que matou a professora, porque se encontrava a cumprir um estado de espírito, tendo deixado bem claro “não me encontro arrependido, vou cumprir a pena de prisão, é assim a lei dos homens e vou cumprir, 30 anos é o que o juiz leu, é a palavra dele como ser humano, como pastor, tenho o lado espiritual, isso é um segredo pastoral”.
Para realçar sua personalidade anormal, após a leitura da sentença, o réu fitou o olhar de maneira demorada ao juiz da causa, Hermenegildo David, facto que levou o magistrado a adverti-lo: “com este seu olhar, sinto-me intimidado, mas não preocupado, porque saberei colocá-lo no seu devido lugar”. O réu, por seu turno, soltando um sorriso, disse “não sou muito de olhar, estava a olhar para o juiz como alguém que está a me mandar num sítio que não é para qualquer ser humano, e não só, eu não mereço estar preso”.
Seguiu dizendo: “é para lembrar que eu e a malograda andamos em casas escuras, eu tenho esse sinal na mão que vou olhar sempre, ela queria filho e eu não falei qual era o meu objectivo”.
O caso
Toda a história deste caso começou quando, em 2021, a malograda Luzia de Almeida, na qualidade de madrinha, abrigou durante anos, no seu apartamento, sito no Zango 0, a filhada Teresa Manuel Periquito, também conhecida por Telma, e o marido desta, o conhecido pastor Elias dos Santos, que se apresentava como sendo da Igreja Pentecostal.
Passado algum tempo, o pastor passou a apresentar um carácter duvidoso, uma vez que passou a agredir fisicamente a mulher e a abusar da confiança da madrinha, usando os bens desta sem o seu consentimento, como foi o caso de um dos dias que usou a viatura daquela e, depois de ter acidentado e causado danos, teve a ousadia de comercializar o veículo sem o conhecimento da proprietária, gastando o dinheiro em benefício próprio.
Diante de tal comportamento, a malograda informou a situação aos familiares da afilhada Teresa Manuel, então esposa do pastor, o que veio a resultar na separação do casal, tendo esta sido levada na residência de um dos seus famíliares. O pastor, por outro lado, continuou a viver no apartamento da malograda, onde esta se sentia vulnerável e com medo, facto que a levou a trocar a fechadura, para impedir a entrada do pastor.
Este comportamento terá enfurecido o pastor que escalou até ao 12º andar, metendo em risco a própria vida, arrombou uma das janelas e introduziu-se no interior da casa, onde permaneceu à espera da malograda que, tão logo chegou, foi cruelmente agredida com vários golpes de faca de cozinha na região do pescoço. Esvaziando em sangue, o pastor ainda abusou-a sexualmente.
Já morta, fria e cruelmente, o pastor esquartejou as pernas da professora, colocou os restos do corpo numa mala, levou a um matagal, em Cacuaco, arredores da Centralidade do Sequele, onde abandonou. Como se nada tivesse acontecido, o pastor voltou ao apartamento, retirou os bens daquela e os vendeu. Corajosamente, Elias foi à escola da professora comunicar o seu pretenso desaparecimento.
Portanto, o corpo da professora foi encontrado no dia 21 de Janeiro de 2022, no mesmo local, mas o pastor apenas foi detido em Outubro do mesmo ano, depois da forte investigação dos Serviços de Investigação Criminal.