Como o PR dá razão ao nosso Jornal “Não se constrói um país em 10 anos!”
O jornal O Crime foi constituído arguido, sob acusação de ultraje ao Estado, seus símbolos e órgãos, assim como de difamação, injúria e calúnia, por ter elegido o PR como a “pior figura de 2020”. Foi, lembramos, em função de um inquérito que concluiu que o chefe de Estado agia de forma “demagoga e hipócrita” quando prometeu melhorar, em cinco anos, a vida do povo angolano, transformar Benguela em Califórnia; garantir 500 mil empregos e corrigir o que está mal e melhorar o que está bem.
Entretanto, o próprio PR, numa espécie de confissão, diz, agora, que não é possível cumprir em 10 anos tudo que prometera na campanha eleitoral.
Em cinco anos, o PR já deveria ter feito, no mínimo, metade do que prometeu. Devia, no pior dos cenários, dar ao povo que o elegeu, até mesmo para evitar essa fotografia de pedinte, de um povo a mendigar, à procura de restos em contentores de lixo.
De que falamos, então : realismo, incompetência, demagogia ou hipocrisia?
O presidente, ao que tudo indica, começa a cair na real, ao abandonar aqueles discursos populistas que, como alertávamos, tinha como objectivo único “conduzir o povo à sua eleição”.
Em certa parte desta confissão, Lourenço veio dar razão ao jornal O Crime, que apurou, em função de um inquérito popular, que o PR agiu de forma demagoga e hipócrita, uma vez que não realizou e não conseguirá realizar coisa nenhuma.
Perdeu tempo, reiteramos, numa inglória luta contra a corrupção que mais se ajusta (va) à perseguição dos seus próprios correligionários que apelidou de “marimbondos”.
Esta mesma luta deixou no país o espectro de instabilidade. O PR acredita que “se realizasse tudo o que prometeu, hoje ficaríamos por aqui e a intenção não é ficarmos por aqui”. Sinceramente, senhor presidente!
Ao longo da vida, aprendemos que basta viver para se ter sempre objectivos a atingir. A prova disto são os países do primeiro mundo, ainda cheios de objectivos pela frente.
Definitivamente, João Lourenço dá sinais de alguma confusão, de que andará às turras com as suas próprias ideias.
Como se não bastasse, na mesma ocasião, o chefe de Estado angolano, que completou quatro anos ao leme de Angola, reforçou que “não importa o que o presidente pode fazer, porque não se constrói um país em 10 anos”. O que o presidente pode e faz importa, sim, sendo certo que o senhor foi eleito para transformar, para melhorar a vida social deste humilde povo, bastante sofredor.
Em cinco anos, o PR já deveria ter feito, no mínimo, metade do que prometeu. Devia, no pior dos cenários, dar ao povo que o elegeu, até mesmo para evitar essa fotografia de pedinte, de um povo a mendigar, à procura de restos em contentores de lixo.
Sem surpresa, a criminalidade aumentou, assiste-se a uma espécie de salve-se quem puder por força da má governação.
Se João Lourenço declarou que nem mesmo em 10 anos conseguirá construir um país melhor, talvez, seja melhor não concorrer às próximas eleições. Seria como que um acto patriótico e solidário para com este povo, que tanto sofre por o ter como presidente.