Por causa de uma dívida: SEGURANÇA DE PADARIA EXECUTA A TIROS O SEU CREDOR
Um segurança de uma padaria está a ser acusado de executar um cidadão, de 19 anos, a quem, alegadamente, devia dinheiro referente à venda de uma bateria de motorizada. O crime ocorreu a 30 de Maio último, no bairro Caop B, município de Viana, em Luanda, e o suspeito está agora à monte.
Costa Kilunda
De acordo com explicações da mãe da vítima, que em vida atendia pelo nome de Natanael Adilson António, de 19 anos, os dois tiros perfuraram o peito do filho e saíram pelas costas, resultando em morte imediata.
Apesar de desconhecer, ao certo, as razões por detrás da execução do filho, dona Paula Domingos António referiu, no entanto, que o segurança não teve dó nem piedade ao disparar contra um indefeso, mais a mais, porque, segundo ouviu dizer, tratava-se de uma dívida que o suposto homicida havia contraído à vítima.
Ao que o jornal O Crime apurou, o jovem terá supostamente vendido uma bateria de motorizada ao alegado assassino, sendo que, no dia da sua morte, o jovem havia deslocado-se até ao posto do aludido segurança, uma padaria, para reaver o dinheiro ou então a bateria. No entanto, a conversa entre o malogrado e o seu julgado carrasco não aconteceu como previsto, culminando na morte do jovem de 19 anos.
Segundo ainda dona Domingas António, algumas pessoas tentaram socorrer o rapaz, levando-o ao hospital do Kapalanga, mas era tarde de mais. O jovem já havia sucumbido tão logo lhe atravessaram as balas.
Contudo, revelou a senhora, a reacção da população não se fez esperar, tendo aqueles agredido, também, o segurança, que, por milagre, conseguiu escapar das mãos da multidão revoltada. Aliás, lembrou Domingas António, de lá para cá, não mais se soube do paradeiro do segurança. “Nem a Polícia, ou a empresa onde o indivíduo trabalhava, conhecem-lhe o paradeiro”, desabafou.
Suspeito é reincidente
Segundo alguns moradores da zona, o caso do jovem Natanael Adilson António não é único. De acordo com eles, o segurança tem já um histórico criminoso, havendo mesmo outro caso de assassinato em que está envolvido. Ou melhor, o caso de que se fala tem a ver com a esposa do próprio, que, segundo eles, o segurança espalhava “de boca-cheia” que ele mesmo a terá assassinado.
“Ele dizia sempre que um dia havia de matar alguém”, denunciou a mãe do malogrado, lembrando que nunca pensou que o palavreado do suspeito haveria de fazer eco na sua família.
No dia do incidente, explicou a senhora, o segurança parecia estar embriagado, já que, durante o dia, tinha sido visto a comprar vários pacotes de Whisky. Outrossim, lembrou, no dia seguinte ao sucedido, os agentes da Polícia apareceram no local onde o suposto homicida trabalhava para garantir a segurança do pessoal da referida padaria, que estava a retirar todos os meios do estabelecimento de formas a evitar uma eventual invasão dos populares.
A acção da corporação, no entanto, foi mal vista no seio da família do malogrado, já que, para ele, “a Polícia que foi corrompida”, uma vez “estava mais preocupada em dar cobertura ao estabelecimento do que com eles”. “Nem sequer solidarizaram-se connosco, ou contactaram para nos dar explicações a respeito do paradeiro do segurança e do dono da padaria”, deplorou.
Familiares da vítima pedem indemnização
“Eu criei-o sozinha, não tive ajuda de nenhum marido ou de outra pessoa. O meu filho era um bom rapaz, não tinha problemas com ninguém”, disse dona Domingas, para mais adiante exigir uma indemnização ao suspeito, sobretudo porque o malogrado deixa ao seu cuidado uma órfã.
Já por parte da entidade empregadora do segurança, existe apenas a intenção de reembolsar à família os valores gastos com as despesas do óbito e nada mais, e demarca-se de quaisquer outras responsabilidades.