Por rescindir contratos milionários: EMPRESAS DE RECOLHA DE LIXO BOICOTAM GOVERNADORA DE LUANDA

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Joana Lina poupa duzentos e trinta milhões de dólares por ano com a rescisão de contratos por suspeitas de irregularidades. Quinteto de empresas visadas associado a práticas de boicote.

Por: Arleth Gabriel

Segundo o que o NJ conseguiu apurar, a governador Joana Lina começou por rever os contratos com as empresa de recolha de lixo na província de Luanda, num exercício que trouxe à liça “sérias irregularidades”.

Existem, conforme as revelações de fontes próximas ao dossiê, a contratos com prazo de sete anos, quando a lei impõe um limite de quarto anos.

“E, como se não bastasse, o Estado paga às empresas mais de 230 milhões de dólares, isso mesmo, 230 milhões de dólares para cinco empresas recolherem o lixo. É um valor exorbitante”, avança uma das fontes.

Paralelamente à rescisão de contratos, Joana Lina está a preparar “um concurso público digno”, ao abrigo do qual serão as administrações municipais a efectuar os pagamentos.

Tais medidas foram mal recebidas pelas empresas excluídas, que, numa espécie de contra-ataque, decidiram boicotar a recolha de lixo em Luanda.

Apesar da rescisão, as operadoras deveriam, em obediência aos contratos, recolher o lixo até 15 de Fevereiro .

“O que acontece, contudo, é simplesmente um absurdo. As empresas não só deixaram de recolher o lixo como também, e pior, muitas delas chegam mesmo a levar os contentores e a colocar o lixo no chão”, referiu a mesma fonte.

Este tipo de boicote é descrito como uma prática antiga tendente a pressionar governadores provinciais, muitos exonerados devido à velha crise de resíduos sólidos. O malogrado Simão Paulo é um de vários exemplos.

Ganham muito mas pagam mal os trabalhadores

Estas empresas ganham milhões de dólares, como acima descrevemos, mas, paradoxalmente, pagam mal os seus trabalhadores.

Uma empresa com uma facturação mensal de 20 milhões de dólares paga 70 mil Kwanzas a um funcionário.

Os contratos são influenciados por funcionários do Governo Provincial e técnicos do Ministério do Ambiente, que davam pareceres favoráveis. A governadora está a desmontar a negociata e, brevemente, acredita-se, os homens da trama serão responsabilizados.

Este jornal promete seguir este assunto nas próximas edições e trazer os nomes das referidas empresas.

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